O Novo Testamento na versão ortodoxa
Orthodox Mozambique - Estudos Bíblicos
A Sagrada Escritura e a Igreja: Igreja Cristã é uma Igreja Escritural: a Ortodoxia crê nisso, tão ou mais firmemente que o Protestantismo. A Sagrada Escritura é a expressão suprema da revelação de Deus ao homem, e os Cristãos devem ser sempre o ‘Povo do Livro.’ Mas se os Cristãos são o Povo do Livro, a Escritura é o Livro do Povo; isso não pode ser olhado como se colocado acima da Igreja, mas como algo que deve ser vivido e compreendido dentro da Igreja (eis porque não se deve separar Escritura e Tradição). É da Igreja que a Escritura deriva sua autoridade, pois foi a Igreja que originalmente decidiu quais os livros que deveriam formar a Sagrada Escritura; e somente a Igreja pode interpretar a Sagrada Escritura com autoridade. Existem várias passagens na escritura que por si estão longe da clareza, e o leitor individual, ainda que sincero, estará em perigo de erro se confiar na sua própria interpretação. "Entendes tu o que lês?" Felipe perguntou ao eunuco etíope; e o eunuco respondeu; "Como poderei entender, se alguém me não ensinar?" (At. 8:30). Os Ortodoxos, quando lêem a Escritura, aceitam a guia da Igreja. Quando recebido na Igreja Ortodoxa um convertido promete: ‘Eu aceitarei e compreenderei a Sagrada Escritura de acordo com a interpretação que me foi e que me vier a ser passada pela Santa Igreja Católica do Oriente, nossa Mãe’ (em Bible and Church,ver especialmente de Dositeu,Confession, Decreto 2).
A versão hebréia do Velho Testamento contém trinta e nove livros. O Septuaginta contém adicionalmente dez outros livros, não presentes na versão hebréia, e que são conhecidos na Igreja Ortodoxa como os livro ‘Deutero-Canônicos’ (3 Esdras ; Tobias; Judite ; 1, 2, 3, Macabeus ; Sabedoria de Salomão; Eclesiastes; Baruch; Carta de Jeremias. No ocidente com freqüência esses livros são chamados de apócrifos). Esses livros foram declarados nos Concílios de Jassy (1642), Jerusalem (1672) como ‘partes genuínas da Escritura;’ muitos eruditos Ortodoxos nos dias de hoje, seguindo a opinião de Atanásio e Jerônimo, vêem os Livros Deutero—Canônicos, apesar de parte das Escrituras, ficando um nível abaixo do resto do Velho Testamento.
O Cristianismo, se verdadeiro, não tem nada a temer de um inquérito honesto. A Ortodoxia, enquanto olha a Igreja como intérprete autorizada da Escritura, não proíbe a crítica e o estudo histórico da Escritura, apesar de até agora, eruditos Ortodoxos não terem se mostrado proeminentes nesse campo.
O Texto da Sagrada Escritura: Criticismo Escritural. A Igreja Ortodoxa tem o mesmo Novo Testamento que o resto do Cristianismo. Como texto autorizador para o Velho Testamento, ela usa a antiga tradução grega conhecida como Septuaginta. Quando essa diverge do original Hebreu (o que acontece com freqüência), a Ortodoxia acredita que essas mudanças no Septuaginta foram feitas sob a inspiração do Espírito Santo, e devem ser aceitas como parte da contínua revelação de Deus. A passagem mais conhecida é Isaias 7:14 — onde os hebreus dizem‘uma jovem conceberá, e dará à luz um filho’ e o Septuaginta traduz ‘Uma virgem conceberá... etc. O Novo Testamento segue o texto Septuaginta (Mt. 1: 23).
Padre ortodoxo lê o Evangelho em liturgia (a partir de aqui [Kenya] e aqui)
A Sagrada Escritura na louvação: Frequentemente pensa-se que os Ortodoxos dão menos importância que os Cristãos ocidentais à Escritura. Ao invés ela é lida constantemente nos ofícios Ortodoxos: durante as Matinas e Vésperas o Saltério inteiro é recitado cada semana, e na Grande Quaresma duas vezes por semana (essa é a regra que consta dos ofícios Ortodoxos. Na prática, em paróquias comuns Matinas e Vésperas não são celebradas diariamente, mas só nos fins de semana e nas festas; e mesmo então, infelizmente, as partes apontadas do Saltério são normalmente abreviadas ou (ainda pior) inteiramente omitidas).Leituras do Velho Testamento (o normal é ser em número de três) ocorrem nas Vésperas de muitas festas; a leitura do Evangelho forma o clímax das Matinas aos domingos e festas; na Liturgia, Epístola e Evangelho especiais são assinalados para cada dia do ano, de modo que o Novo Testamento completo é lido, durante o ano, na Eucaristia (menos o Apocalipse de São João). O Nunc Dimittis é usado nas Vésperas; cânticos do Velho Testamento, com o Magnificat e o Benedictus, são cantados nas Matinas; o Pai Nosso é lido ou cantado em todos os ofícios. Além desses extratos específicos da Escritura, o texto completo é composto com linguagem Escritural, e foi calculado que a Liturgia contém 98 citações do Velho Testamento e 114 do Novo (Paul Evdokimov, L’Orthodoxie, pg. 241, nota 96).
A Ortodoxia olha a Escritura como um ícone verbal de Cristo, tendo o Sétimo Concílio disposto que os Santos Ícones e Evangeliario deveriam ser venerados da mesma forma. Em toda Igreja o Evangeliario tem um lugar de honra no altar; ele é carregado em procissão na Liturgia e na Matinas de domingos e festas; os fiéis beijam-no e se prostram diante dele. Tal é o respeito mostrado na Igreja Ortodoxa pela palavra de Deus.
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