16 Junho 2016
O tráfico de drogas está se tornando, rapidamente, o problema mais grave na África Ocidental. A sub-região tem visto um aumento no tráfico de drogas e na produção e consumo que continua a arruinar muitas vidas, lê-se numa reportagem publicada na revista All Africa, que denuncia ainda um aumento exponencial da corrupção e da impunidade que favorece principalmente os barões da droga na região. Tudo isso, prossegue, tem um efeito adverso sobre os cidadãos que possuem ou consomem muito pouco quantidades de drogas.
De acordo com o texto, como um todo, o tráfico de drogas na
África Ocidental prejudica o bem-estar das pessoas e bloqueia os
esforços de desenvolvimento dos países desta região. Este diz que o
valor anual de cocaína que transita pela África Ocidental é estimado
pela ONU em US $ 1,25 mil milhões, montante que supera os orçamentos de
muitos países do Oeste Africano, incluindo da Libéria, Cabo Verde, Serra
Leoa, Gâmbia e Guiné-Bissau. O montante, que provém das receitas do
tráfico, da produção e do consumo de droga na região, tem um efeito
letal sobre a governança e o desenvolvimento sustentável.
O relatório 2014 da Comissão de Combate às Drogas em África (WACD) revela que a África Ocidental não é apenas uma zona de trânsito de drogas da América Latina para a Europa. Há uma produção local de drogas sintéticas, tais como a metanfetamina que abastece o mercado asiático. Além disso, alguns países protegem os chefões do tráfico, permitindo-lhes operar com impunidade.
“Existem sindicatos do crime organizados que representam uma ameaça para a boa governação, a paz, a estabilidade, o crescimento económico e a saúde pública na África Ocidental, uma região que só recentemente emergiu de décadas de conflitos. O tráfico de drogas está se tornando uma nova ameaça para o "desenvolvimento" da África Ocidental”, diz Leandre Banon, do WACD.
Segundo as estatísticas, apesar dos milhões de dólares gastos na tentativa de erradicar as drogas ilícitas, esta indústria continua a crescer. E há cada vez mais usuários. O Relatório Mundial sobre Drogas 2015 do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime estima que 246 milhões de pessoas, ou seja uma em cada 20 com idades de 15 e 64 anos, usou uma droga ilícita em 2013. Isso representa um aumento de três milhões em relação ao ano anterior.
Drogas e Saúde Pública
Segundo o All Africa, o principal objectivo das convenções internacionais é proteger a saúde e o bem-estar da humanidade. Mas, infelizmente, na prática, o combate a drogas teve maior enfoque na justiça criminal e na aplicação da lei, ao invés da saúde pública e da protecção dos direitos humanos.
Na África Ocidental, a situação é pior, com a saúde pública a ser comprometida por causa do aumento da prevalência do HIV entre usuários de drogas e falta de medicamentos essenciais para os cuidados paliativos, principalmente para o alívio da dor e tratamento de pacientes com câncer. As estatísticas do relatório do UNODC 2013 sobre o problema mundial da droga, indicam que a taxa de prevalência do consumo de cannabis na África Ocidental e Central combinadas (12,4%) é maior do que a média global, de 7,5% e 3,9%, respectivamente.
Algumas agências da ONU desenvolveram um programa para reduzir os riscos de doenças relacionadas com o consumo de drogas, tais como HIV, hepatite C, tuberculose, overdose, entre outros. Este foi adoptadp pela União Africana, que apelou para o compromisso de facilitar o acesso aos cuidados de saúde nas prisões e promover mecanismos alternativos de condenação não privativas de liberdade por delitos relacionados com drogas não-violentos menores.
Infelizmente, o Senegal é o único país que implementou este programa, apesar de as leis serem ainda muito punitivas. Como resultados menos de 1% das pessoas que injectam drogas na África têm acesso aos programas que disponibilizam agulhas e seringas gratuitas ou terapia de substituição de opiáceos. O texto realça que, ao longo dos anos, esta abordagem de enviar os usuários de drogas para a prisão só exacerbou o problema porque as configurações prisões, caracterizadas pela superlotação, ventilação inadequada e limitadas instalações médicas, contribuem para a propagação de doenças como a tuberculose entre os presos.
Drogas e a Economia
África Ocidental é hoje um importante pólo do tráfico global de drogas. Segundo a ONU, o valor anual de cocaína que transita pela África Ocidental é estimada em US $ 1,25 mil milhão. Para uma região com uma elevada taxa de desemprego, sobretudo entre os jovens, isso pode levar à um aumento da criminalidade. Este volume elevado de dinheiro pode ser igualmente canalizado para o financiamento do terrorismo ou para derrubar os governos eleitos democraticamente. Isso sem contar o branqueamento de capitais que o mercado de drogas incentiva, o que poderá afectar a economia formal e desencorajar o investimento.
Drogas, Direitos Humanos e Género
A estigma social torna os usuários de drogas vulneráveis ao abuso. As violações incluem estupro, prisão arbitrária, julgamento injusto, tortura, maus-tratos, falta de acesso a cuidados básicos de saúde, entre outros. Devido à política de condenação dura e ao medo de serem presos, os usuários de drogas são desencorajados a procurar tratamento e isso agrava a sua situação.
As mulheres enfrentam obstáculos ainda maior para aceder ao tratamento. De acordo com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, um em cada três usuários de drogas é mulher. Entretanto, apenas um em cada cinco em tratamento é mulher. Diz ainda que as mulheres que injectam são mais vulneráveis ao HIV. No Senegal, por exemplo, a taxa de prevalência do HIV entre as mulheres é três vezes maior do que entre os homens. Na Nigéria, o número de mulheres com HIV é sete vezes maior do que os homens.
Ver reportagem completa no link: http://allafrica.com/stories/201606131704.html
O relatório 2014 da Comissão de Combate às Drogas em África (WACD) revela que a África Ocidental não é apenas uma zona de trânsito de drogas da América Latina para a Europa. Há uma produção local de drogas sintéticas, tais como a metanfetamina que abastece o mercado asiático. Além disso, alguns países protegem os chefões do tráfico, permitindo-lhes operar com impunidade.
“Existem sindicatos do crime organizados que representam uma ameaça para a boa governação, a paz, a estabilidade, o crescimento económico e a saúde pública na África Ocidental, uma região que só recentemente emergiu de décadas de conflitos. O tráfico de drogas está se tornando uma nova ameaça para o "desenvolvimento" da África Ocidental”, diz Leandre Banon, do WACD.
Segundo as estatísticas, apesar dos milhões de dólares gastos na tentativa de erradicar as drogas ilícitas, esta indústria continua a crescer. E há cada vez mais usuários. O Relatório Mundial sobre Drogas 2015 do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime estima que 246 milhões de pessoas, ou seja uma em cada 20 com idades de 15 e 64 anos, usou uma droga ilícita em 2013. Isso representa um aumento de três milhões em relação ao ano anterior.
Drogas e Saúde Pública
Segundo o All Africa, o principal objectivo das convenções internacionais é proteger a saúde e o bem-estar da humanidade. Mas, infelizmente, na prática, o combate a drogas teve maior enfoque na justiça criminal e na aplicação da lei, ao invés da saúde pública e da protecção dos direitos humanos.
Na África Ocidental, a situação é pior, com a saúde pública a ser comprometida por causa do aumento da prevalência do HIV entre usuários de drogas e falta de medicamentos essenciais para os cuidados paliativos, principalmente para o alívio da dor e tratamento de pacientes com câncer. As estatísticas do relatório do UNODC 2013 sobre o problema mundial da droga, indicam que a taxa de prevalência do consumo de cannabis na África Ocidental e Central combinadas (12,4%) é maior do que a média global, de 7,5% e 3,9%, respectivamente.
Algumas agências da ONU desenvolveram um programa para reduzir os riscos de doenças relacionadas com o consumo de drogas, tais como HIV, hepatite C, tuberculose, overdose, entre outros. Este foi adoptadp pela União Africana, que apelou para o compromisso de facilitar o acesso aos cuidados de saúde nas prisões e promover mecanismos alternativos de condenação não privativas de liberdade por delitos relacionados com drogas não-violentos menores.
Infelizmente, o Senegal é o único país que implementou este programa, apesar de as leis serem ainda muito punitivas. Como resultados menos de 1% das pessoas que injectam drogas na África têm acesso aos programas que disponibilizam agulhas e seringas gratuitas ou terapia de substituição de opiáceos. O texto realça que, ao longo dos anos, esta abordagem de enviar os usuários de drogas para a prisão só exacerbou o problema porque as configurações prisões, caracterizadas pela superlotação, ventilação inadequada e limitadas instalações médicas, contribuem para a propagação de doenças como a tuberculose entre os presos.
Drogas e a Economia
África Ocidental é hoje um importante pólo do tráfico global de drogas. Segundo a ONU, o valor anual de cocaína que transita pela África Ocidental é estimada em US $ 1,25 mil milhão. Para uma região com uma elevada taxa de desemprego, sobretudo entre os jovens, isso pode levar à um aumento da criminalidade. Este volume elevado de dinheiro pode ser igualmente canalizado para o financiamento do terrorismo ou para derrubar os governos eleitos democraticamente. Isso sem contar o branqueamento de capitais que o mercado de drogas incentiva, o que poderá afectar a economia formal e desencorajar o investimento.
Drogas, Direitos Humanos e Género
A estigma social torna os usuários de drogas vulneráveis ao abuso. As violações incluem estupro, prisão arbitrária, julgamento injusto, tortura, maus-tratos, falta de acesso a cuidados básicos de saúde, entre outros. Devido à política de condenação dura e ao medo de serem presos, os usuários de drogas são desencorajados a procurar tratamento e isso agrava a sua situação.
As mulheres enfrentam obstáculos ainda maior para aceder ao tratamento. De acordo com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, um em cada três usuários de drogas é mulher. Entretanto, apenas um em cada cinco em tratamento é mulher. Diz ainda que as mulheres que injectam são mais vulneráveis ao HIV. No Senegal, por exemplo, a taxa de prevalência do HIV entre as mulheres é três vezes maior do que entre os homens. Na Nigéria, o número de mulheres com HIV é sete vezes maior do que os homens.
Ver reportagem completa no link: http://allafrica.com/stories/201606131704.html
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